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sábado, 14 de junho de 2014

O CAPUZ DA VERGONHA

Por que é que todo aquele que comete malfeitos escondem os seus rostos?

Aqueles que “não tem culpa no cartório” mostram-se altaneiramente, de cara limpa, porque “quem não deve não teme.”

Foi assim que o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, foi preso no Rio de Janeiro, conduzido a Polícia Federal, com o rosto encoberto por um capuz, depois de um dia de fanfarrice, quando de seu depoimento na comissão do Senado Federal, onde os parlamentares cortesões do governo, prestaram honras e pompas ao Paulinho (era assim que era tratado nas reuniões palacianas) para, ao fazer 70 perguntas, certamente acordadas, criaram uma estratégia para que os parlamentares da oposição não tivessem tempo de inquiri-lo.

Vi a desfaçatez do início de seu depoimento em que dizia arrogantemente: “de pronto, quero repudiar veementemente a notícia de que a Petrobrás era um banco de negócios” ou coisa que o valha.

Uma vergonha.

Levem-no na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (Câmara e Senado) para ver o que acontece.

Mas por que foi preso novamente o notável ex-diretor?
Pelo simples fato de uma decisão proferida pelo Juiz Federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, com base em novas provas trazidas pelo Ministério Público Federal de que o ex-diretor da estatal tem 23 milhões de dólares em contas no exterior, numa cooperação entre o Ministério Público Federal do Brasil e o Ministério Público da Suíça.

Dos 10 bilhões desviados em vários Projetos, a Justiça Federal do Paraná confirmou ontem, 11 de junho, o bloqueio, feito pela Suíça dos 23 milhões em contas que seriam movimentadas no exterior por Costa.

Além disso, foram bloqueados mais 5 milhões de dólares, em contas que estariam em nome de familiares de Costa e também do doleiro Alberto Yousseff.

Para onde foi o diferencial entre os 10 bilhões e os 28 milhões?

Segundo as investigações essas contas foram alimentadas com recursos desviados da construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, que, inicialmente, foi orçada em 2 bilhões e hoje já custa 25 bilhões de reais.

E o COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro? E Passadina? E os oleodutos do Equador? E tantas outras negociações???

Querem mais provas?

Pergunta que não quer calar: Como fica a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal que soltou todos os envolvidos na Operação Lava-Jato para, depois de um comunicado do Juiz da 13a Vara federal Criminal, alertanto para o risco de tal decisão, manteve todos presos, excepcionalizado o ex-Diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Como deputado federal, representante do povo brasileiro, fiz um ofício ao presidente do STF, Francisco Barbosa, solicitando que o ministro Zawaski, explicitasse ao povo brasileiro as razões pelas quais havia mantido a liberdade do ex-diretor da estatal (vejam no meu blog: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com.br/2014/05/oficio-ao-presidente-do-stf-joaquim.html), diante de tantos indícios que agora se confirmam.

Até o presente momento não obtive resposta.

Com a nova prisão do ex-diretor, e com a posição explicitada hoje pela atual presidente Graça Foster de que as operações da Refinaria Abreu Lima são uma vergonha para a Petrobras (o que quereria ela dizer com isto); seria de todo o prudente dar segurança de vida ao senhor Paulo Roberto da Costa, eis que, crucificado, como pode expiatório, pode querer dar nome aos bois, e ai...