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domingo, 6 de abril de 2014

A PETROBRAS É DO POVO BRASILEIRO, QUE EXIGE EXPLICAÇÕES DOS ATOS DE SEUS GESTORES

Como órgão fiscalizador do Poder Executivo, o Congresso Nacional não pode se furtar a exigir as explicações devidas aos gestores da Petrobras, razão pela qual assinei a CPI da empresa na Câmara dos Deputados.

Sou petroleiro por adesão. Explico: quando fazia o curso superior de Administração, a turma a qual pertencia, metade era composta de funcionários da Petrobras e a outra metade dos integrantes do Banco do Brasil. Eu, único corpo estranho, funcionário à época do Ministério da Educação, aliei-me aos funcionários da Petrobras pela simples razão de a minha esposa ser funcionária da Petrobras, hoje aposentada.
 
É com tristeza que vejo hoje a situação delicada pela qual passa uma das maiores empresas de petróleo do mundo - a PETROBRAS - com inúmeras denúncias de desvios de condutas e de recursos que a vem deixando desvalorizada no concerto das empresas petrolíferas mundiais, tais como, dentre outras: as negociações com a empresa holandesa SBM Off Shore e a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, ambas explicitadas no meu blog: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com.
 
Como sabemos, o enfraquecimento da Petrobras começou com o controle artificial dos preços dos derivados do petróleo, pelo governo, sob o argumento de controlar a inflação, impondo-lhe pesados sacrifícios, com gravíssimas consequências para o país.
 
Não se pode conceber que uma empresa do porte da Petrobras, que é líder mundial em tecnologia para exploração e produção de petróleo em águas profundas; líder na distribuição de derivados de petróleo e gás natural; que atua no Brasil e em mais de 17 países; que possui o nono parque de refino no mundo; que tem participação majoritária ou expressiva na distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás químico e biocombustíveis, viva um momento tão grave de gestão.
 
O comprometimento da saúde financeira da empresa, que se agrava aceleradamente, com preços subsidiados, com perda de dividendos, com zeramento da alíquota da CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que incide sobre a importação e a comercialização do petróleo e seus derivados, entre outras práticas danosas, trará resultados desastrosos para o país, para os estados e para os municípios brasileiros, em relação a receita tributária da União, e desses entes da federação, da ordem de 13 bilhões de reais de ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias; 4,5 bilhões de Imposto de Renda; 15 bilhões de reais de PIS e COFINS; e mais 4,7 bilhões de reais em outros tributos, como ocorreu em 2013, mais 15 bilhões de royalties  e 15 bilhões em participações especiais, sem falar nos 520 milhões em 830 projetos sociais, ambientais, educacionais e esportivos que poderão ser prejudicados..
 
A empresa que, em 2009, tinha um endividamento consolidado de 86 bilhões de reais, em 2013 passou para 249 bilhões, em apenas 4 anos.
 
O lucro líquido consolidado que em 2009 foi de 30 bilhões de reais, em 2013 caiu para 23 bilhões, este alardeado como grande resultado.
 
Todo esse quadro poderá, inclusive, comprometer o Plano de Negócios e Gestão para o Petróleo 2013/2017 da Petrobras, que prevê investimentos da ordem de 236 bilhões.
 
Mas o que mais me assusta não é tão somente a saúde financeira da empresa. A Petrobrás, com  a intenção de racionalizar os seus custos - quando deveria eliminar os seus desperdícios, os seus desvios - deflagra um PDV - Plano de Demissões Voluntárias, comprometendo talvez o seu maior patrimônio, que são os seus recursos humanos, eis que 2.700 engenheiros seniores de exploração e produção estão deixando a Petrobras, comprometendo parte de sua inteligência, formada ao longo de décadas, bem como 12 mil funcionários de carreira, experientes e capacitados, todos acima de 55 anos.
 
Portanto, em nome da preservação de um patrimônio nacional, é importante que se instale a CPI DA Petrobras para apurar responsabilidades daqueles que vem dilapidando uma empresa que é do povo brasileiro.