Total de visualizações de página

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

RENÚNCIA DO PAPA – RAZÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE


                Por Carlos Alberto Lopes

             Muitos de nós esquecemos que o Sumo Pontífice – o Papa – é ao mesmo tempo o Chefe da Igreja Católica e o Chefe de Estado do Vaticano.

            Como tal, tem deveres litúrgicos e também de gestão governamental frente à “Nação Vaticana”.

            Pelo que se tem conhecimento, a gestão de Bento XVI, a partir de 19 de abril de 2005, quando foi eleito Papa, foi pontilhada de problemas, tanto de ordem moral dos membros da Igreja, com casos de pedofilia e desencontro de posições sobre assuntos controversos, como a tolerância de uso de preservativos, como de gestão dos negócios do Vaticano, com corrupção nos contratos realizados.

            O Papa, inicialmente, ao anunciar, no dia 11 de fevereiro de 2013, que iria renunciar deixando o seu cargo, disse que havia tomado essa decisão porque, aos 85 anos, não se sentia mais com forças para cumprir a missão que lhe havia sido dada por Deus.

            A fragilidade da saúde do Santo Padre vinha sendo agravada face à implantação de um marco-passo há 10 anos atrás, que o mundo católico não tinha conhecimento, e que há 3 meses atrás precisou de uma nova intervenção.

            Hoje, 13 de fevereiro, o Papa ao ministrar a missa de 4ª feira de Cinzas na Basílica do Vaticano, declarou que está deixando o seu cargo para o bem da Igreja.

            Sua Santidade, pelas normas da Igreja tem todo o direito de renunciar, sobretudo pela coragem de abrir mão de um cargo de tamanha importância universal; afinal o Papa é o representante maior da Igreja de Pedro na face da terra. Não deixa de ser um ato de humildade do Santo Padre que, ao invés de criticarmos, devemos enaltecer.

            Embora muitos tenham no Papa um conservador, portanto avesso à modernização da Igreja, o que gostaríamos de saber é se aqueles que estavam a seu lado no início do seu papado, em razão das ocorrências acima mencionadas, que o Chefe da Igreja desejava passar a limpo, o espírito de grupo e de auto-preservação daqueles que com ele não concordavam, passaram a solapá-lo a ponto de levá-lo a essa decisão.

            Com todo respeito à Igreja, o fato é que, como qualquer Estado, há segredos que não devem e/ou não podem ser revelados, razões que a própria razão desconhece, e que só a história poderá revelar no tempo.

            Quem sabe, somente o padre JOSEPH ALOIS RATZINGER, nome de batismo do Papa, e Deus possam conhecer as verdadeiras razões do seu afastamento.

 

Carlos Alberto Lopes é deputado federal, líder do PMN - RJ