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domingo, 10 de julho de 2011

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Na 6ª feira, 7 de julho de 2011, a Comissão de Reforma Política, dando seqüência à série de audiências públicas que tem feito na Câmara dos Deputados, para auscultar os diversos segmentos da população, recebeu mais 5 ilustres convidados, a saber: Priscilla Caroline de Souza Brito, representante da Articulação de Mulheres Brasileira – AMB; Osíris Barbosa, Diretor do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral; José Antônio Moroni, membro do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos e representante da Plataforma dos Movimentos Sociais para a Reforma do Sistema Político; Marcello Lavenère Machado, representante da Comissão Brasileira Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; e Luiz Carlos Mancha Prates, membro da Secretaria Executiva Nacional da Central Sindical e Popular – CONLUTAS.

Em razão de estar em outras atividades na Câmara, já que faço parte de outras 4 Comissões: Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; Defesa do Consumidor; Desenvolvimento, Indústria e Comércio; e Especial que irá propor emendas à Constituição Federal no que concerne à Segurança Pública, só pude assistir a bem concatenada exposição de Marcello Lavenère que, indignado com o atual quadro político brasileiro, fez severas críticas aos parlamentares como um todo em suas considerações sobre os mais diversos pontos da Reforma Política, que se está a discutir no Congresso Nacional, não poupando praticamente ninguém, com raríssimas exceções.

As inúmeras críticas apresentadas, diga-se de passagem, com razão, como a judicialização do Legislativo pelo Judiciário que, segundo Lavènere se dá pela ausência de decisão deste último Poder; a enxurrada de Medidas Provisórias encaminhadas pelo Executivo ao Legislativo, como forma de dar celeridade ao rito processual da Câmara; a informação de que os grupos da sociedade estudam uma forma de revogação de mandatos dos membros dos Poderes Executivo e Legislativo daqueles que não se comportem com proficiência e probidade; a candidatura avulsa, sem partido, reflete a insatisfação da população com o atual “status quo”.

Diante de tamanha indignação do convidado, verbalizada com competência, veemência e algumas exacerbações, medindo todos pela mesma rasa, fui obrigado a ponderar que, embora tenha tido coragem, ainda que debutante na Câmara Federal, de no início dos trabalhos da Comissão de Reforma Política, defender a tese de que deveríamos ouvir a sociedade sobre os pontos mais relevantes da Reforma Política, não só para auscultar os mais variados pontos de vista, mas também e sobretudo para dar-lhe legitimidade, não poderia enfiar a carapuça, eis que, em razão da renovação de quase 50% dos quadros dos parlamentares, pelo comportamento dos mesmos até aqui, com seriedade, competência e transparência, vislumbrava dias melhores no parlamento nacional para efetivamente desempenhar o papel que lhe cabe, qual seja defender a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.

Finalmente, pedi às senhoras e senhores ali convidados que, como representantes de 27 organizações que vêm discutindo as agruras do nosso povo, que tem vez e voz, criticassem aqueles que não tem a conduta devida no parlamento, mas que considerassem que muitos estão ali pela primeira vez para equacionar os problemas brasileiros.

Nós, brasileiros, temos a mania de enaltecer outros países, comparando-nos com eles para criticarmo-nos. Pior, damos uma dimensão extraordinária a isso, fazendo com que as críticas potencializadas nos diminuam cada vez mais.

Se é verdade que estamos nos descaminhos; vamos separar o joio do trigo, votando conscientemente, e trabalhar com seriedade para que o nosso país que, apesar dos pesares, é a 7ª economia do mundo, possa galgar posições mais relevantes no cenário mundial.

Concito à todos a integrar uma cruzada de patriotismo, sentimento mais nobre de um cidadão, sem ufanismos, como fazem os países que achamos que servem de referência para nós.

Sejamos “200 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração”, não só na Copa do Mundo, mas todos os dias de nossas vidas, porque essa é a nossa missão, e...

Nem tudo está perdido.

Carlos Alberto Lopes é deputado federal pelo PMN/RJ.